Por: Equipe SimulArroz

O atraso da entrada de água a partir de V2 causou queda de produtividade nas lavouras de arroz do RS nos últimos dois anos de um saco por hectare por dia. Fonte: Irga e SimulArroz.
Cachoeira do Sul sediou no último dia 25/01/2018 o Dia de Campo Regional do Irga na Região Central. Segundo os organizadores, a coordenadoria da Região Central do Irga em parceria com o Sindicato Rural de Cachoeira do Sul, 1.100 pessoas, entre produtores de arroz e soja, pecuaristas, estudantes, professores e técnicos estiveram na Estação Regional de Pesquisa do Irga, na Barragem do Capané. De manhã os participantes rodaram por quatro estações técnicas: 1- Manejo da Entressafra e Preparo Antecipado, 2- Manejo de Soja em Terras Baixas, 3- Manejo de Plantas Daninhas e 4- Projeto 10+. Ao meio dia houve uma pausa para o almoço, com carreteiro e feijoada preparada pela equipe de gastronomia do Irga.
A tarde foi a vez dos participantes rodarem por quatro oficinas técnicas: 1- Manejo de soja para terras baixas – plantabilidade, nodulação, componentes do rendimento, monitoramento de pragas e doenças, 2- Sistema de semeadura direta em arroz, 3- Manejo da adubação do arroz e 4- Fatores de manejo que causam as lacunas de produtividade na cultura do arroz e soja em terras baixas . Após toda esta programação, no final do dia os participantes tiveram uma excelente visão prática e atualizada sobre práticas de manejo para melhorar a eficiência técnica e econômica da lavoura de arroz irrigado e de soja em terras baixas, como por exemplo a importância do preparo antecipado do solo e alternativas disponíveis para o manejo pós-colheita e da entressafra com foco principal na redução dos custos de preparo do solo para a lavoura de arroz, as bases do projeto Soja 6.000 como plantabilidade, fertilidade, cultivares, importância da irrigação, da drenagem e da descompactação da camada superficial do solo para elevar a produtividade de soja em várzea, vantagens do uso da soja em rotação com o arroz, a importância do correto manejo de plantas daninhas em arroz e os principais aspectos de manejo preconizados pelo projeto 10+, que busca aumento de produtividade com redução dos custos de produção.

Soja em várzea no RS semeada após 15 de novembro nos últimos dois anos teve queda de produtividade de meio saco por hectare por dia de atraso. Fonte: Irga e SimulArroz.
Na oficina técnica sobre os fatores de manejo que causam as lacunas de produtividade na cultura do arroz e da soja em terras baixas, que foi apresentada pela Equipe SimulArroz, os participantes puderam entender que muitas lavouras de arroz e soja na várzea estão com produtividade limitada por fatores de manejo, a maioria dos quais não envolve aumento de custo. Por exemplo, as lavouras de alta produtividade de arroz (acima de 180 sacos/ha) nas últimas duas safras no RS (2015/16 e 2016/17) tiveram três práticas de manejo em comum: rotação com soja no verão, semeadura antecipada (até 31/10) e entraram com água no cedo (até V3). Já as lavouras de soja em várzea que estão com produtividade abaixo de 35 sacos/ha (média de produtividade de soja em terras baixas no RS nas últimas duas safras) tiveram em comum dificuldade de drenagem, uma camada compactada muito superficial (iniciando na profundidade de até 10 cm), semeadura muito tarde (após 30 de novembro) e dificuldade no controle de plantas daninhas em pré-emergência da soja. Estes fatores de manejo foram levantados pelos extensionistas do Irga nas últimas duas safras e são resultado de um projeto da parceria Irga/SimulArroz que visa identificar, a nível de lavoura, quais são os fatores que estão limitando a produtividade de arroz e soja em terras baixas nas lavouras gaúchas. O projeto também é parte do projeto internacional Global Yield Gap Atlas (www.yieldgap.org), que visa identificar lacunas de prodtividade e os fatores que causam as lacunas nas principais culturas agrícolas ao redor do mundo, de modo que se construa a INTENSIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL DA AGRICULTURA para as futuras gerações. O projeto no RS continua nesta safra e os extensionistas do Irga já estão a campo coletando dados pelo Rio Grande a fora, de modo que se possam identificar novos fatores que podem estar surgindo neste ano.