Por: Equipe SimulArroz
Aconteceu na última terça-feira (19/09) o II Seminário de Resistência de Plantas Daninhas em Terras Baixas. O evento aconteceu na Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM), no município de Capão do Leão e foi promovido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Empresa Junior de Consultoria Agronômica e Planejamento Estratégico (ECAPE-FAEM) e o Centro de Herbologia da UFPel (CEHERB). Segundo o pesquisador da área de Herbologia da Embrapa André Andres o evento teve 241 participantes, com arrecadação superior a 400 kg de alimentos não perecíveis e pouco menos de R$1000,00 que foram doados para a Catedral Metropolitana de Pelotas. Integrantes das equipes SimulArroz Zona Sul e Região Central participaram do evento como palestrantes e debatedores. Outros palestrantes foram da Embrapa, UFPel e UFRGS.

Professor Nelson Kruse, da UFSM, foi um dos palestrantes do evento.
No contexto atual, em que vivemos um dos piores cenários econômicos da história para os produtores de arroz do RS, o evento foi uma ótima oportunidade para discutir um dos temas mais importantes da lavoura arrozeira gaúcha na atualidade, que é a dificuldade no controle de plantas daninhas. “O evento contou com uma grande participação, o nível das palestras foi excelente já que contou com os maiores especialistas da área de plantas daninhas e como mensagem ficou a necessidade buscar cada vez mais informar produtores e técnicos sobre o tema que vem causando cada vez mais prejuízos e precisa ser encarado e debatido de forma mais intensa”, avaliou o Coordenador Regional da Zona Sul do IRGA e integrante da equipe SimulArroz Zona Sul André Barros Matos. Para o Professor da UFSM e integrante da equipe SimulArroz Região Central André da Rosa Ulguim, “o evento foi excelente no sentido de conscientização da comunidade sobre a resistência das plantas daninhas”. Segundo Ulguim, “a primeira edição do evento foi realizada em 2015 e de lá para cá tivemos o surgimento de novos casos de plantas daninhas resistentes, evidenciando o quanto é dinâmico e está evoluindo rápido esse sério problema”. “As palestras e discussões foram de alta qualidade e certamente tiveram o impacto esperado pela comissão organizadora”, concluiu Ulguim, que participou como debatedor na mesa redonda na parte final do evento.
Já o Professor da UFSM integrante da equipe SimulArroz Região Central Nelson Kruse, um dos palestrantes do evento, destacou a elevada qualidade de todas as palestras e em especial a discussão que ocorreu durante a mesa redonda sobre o problema de resistência das plantas daninhas sob a visão do produtor. “O paradoxo para os produtores hoje é colocarem em prática as recomendações da pesquisa para reduzir a pressão de resistência das plantas a herbicidas, como rotacionar mecanismos de ação, rotacionar as culturas na mesma área e utilizar os demais sistemas de combate e métodos de manejo e não depender exclusivamente do uso continuado de herbicidas para controlar as plantas daninhas, pois essas recomendações aumentam o custo de uma safra”, informou Kruse. “O imediatismo impede muitas vezes que essas recomendações sejam implementadas, pois na contabilidade anual da lavoura elas representam um custo muito alto e a contabilidade precisa ser pensada em pelo menos cinco anos para manter a sustentabilidade, e precisamos entender que isso não é fácil para os produtores”, concluiu Kruse.