Por Equipe Simanihot:

Silagem de mandioca foi apresentada como uma alternativa de renda aos produtores familiares de São João dos Mellos.
A forte chuva que atingiu a Região Central do Rio Grande do Sul, no dia 10 de maio, não foram empecilho para mais de 400 pessoas acompanharem o Dia de Campo Alternativas para a Agricultura Familiar promovido pela Escola E.E.F. Nossa Senhora Aparecida, em São João dos Mellos, interior de Júlio de Castilhos/ RS.
Quem enfrentou o mal tempo, e as estradas distantes cobertas de barro foi recebido com um caloroso aperto de mãos do diretor da instituição de ensino da comunidade, José Alencar Zanon. Pouco a pouco, o público se acomodou no Salão da Comunidade para acompanhar as estações que passaram por Forrageiras para alimentação animal; Soja e feijão para alimentação humana; Microaçudes: usos e benefícios na propriedade rural; Gladíolo: uso no paisagismo e fonte de renda ao produtor e Silagem de mandioca como alternativa no vazio forrageiro.
>O secretário de Agricultura de Júlio de Castilhos, José Geraldo Ozelame, que ministrou a estação de Microaçudes, disse ter ficado surpreso com tamanha receptividade da comunidade com o Dia de Campo. “Superou as expectativas. Mesmo com esse tempo (chuvoso) não paravam de chegar pessoas. Demonstrou que tinha um atrativo a mais, as alternativas para a Agricultura Familiar”, ressalta.
O salão lotado e o brilho nos olhos dos produtores, professores e alunos, das escolas participantes, como do Instituto Farroupilha e do Colégio Politécnico da UFSM, inspiraram os educadores. O diretor do Politécnico, Valmir Aita, comenta que este trabalho “valoroso” demonstra na prática o resultado de um “grande trabalho”. “Abre novas perspectivas, novos horizontes para todos, tanto na educação, quanto na soberania do homem do campo. Para nós do colégio foi fundamental essa participação, pois colocamos os estudantes frente às realidades dos agricultores. É assim que devemos trabalhar unidos, juntos, do arco da universidade até o campo”, destaca Aita.
O prefeito de Júlio de Castilhos/ RS, João Vestena, parabeniza a presença da comunidade. “Através de toda a escola, seu corpo docente se estabeleceu aqui uma atividade extracurricular, por conta disto encontrou a Universidade Federal de Santa Maria, que com o seu corpo técnico deu um suporte extraordinário na informação, no ensino e tecnologia”, disse. Ele ainda completou, “tinha um clima favorável, de apoio, de participação, de envolvimento. Acredito que ninguém esperava esta envergadura, a presença de lideranças de comunidade, de professores, de alunos aqui nesse encontro. Superou as expectativas” vibra Vestena.

Equipe Simanihot atua há ceca de dois anos na comunidade, com a cultura da mandioca.
O discurso entusiasmado também se repete com o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Afonso Burmann. “É um exemplo que vai fechando um ciclo. A universidade se debruça no ensino, na pesquisa e vê na extensão um elo de fechamento. O envolvimento da comunidade, da escola, das lideranças da região e municipal. Isso oferece ao produtor a perspectiva de produzir mais, melhor, com qualidade maior e ver a possibilidade que esse produto lhe ofereça, não só o alimento, mas alguma projeção de renda, naquilo que ele faz, no resultado do seu dia-a-dia, incansável”, pontua.</p>
Emocionado, o reitor conclui. “É um afago que é importante, é inspirador. Ver o quão significativo é a dedicação do trabalho deles (alunos e professores). Isso começa lá dentro da sala de aula, nos laboratórios, mas que se conclui e ganha sentido aqui, no campo, com os produtores. Os Jovens e crianças começam a vislumbrar uma possibilidade de manter seus vínculos com a comunidade e manter a expectativa de desenvolvimento próprio”, enfatiza Burmann.
O coordenador da Equipe Simanihot, Alencar Junior Zanon, que nasceu na comunidade, descreve como “ímpar” a oportunidade de apresentar a silagem de mandioca, como fonte de comida e renda. “Nesse período, com o vazio forrageiro, trazer essa utilização da mandioca, que está presente na maior parte das famílias aqui de São João dos Mellos, onde a parte aérea tem sido jogada fora, não aproveitada. Trazer esse processo de ensilagem, da colheita, da trituração e do ensacamento foi fundamental. É uma nova renda, uma nova fonte para as famílias do campo”, finaliza.
[VIDEO] Simanihot no Dia de Campo Alternativas para a Agricultura Familiar
O anfitrião da iniciativa, diretor da Escola E.E.F. Nossa Senhora Aparecida, José Alencar Zanon, se diz “entusiasmado para seguir trabalhando”. “Com toda aquela chuva, permeados por estradas de chão contar com mais de 400 pessoas. Tudo isto aconteceu por toda comunidade acreditar, que este Dia de Campo Alternativas para a Agricultura Familiar é sim um diferencial para o nosso meio, comenta. Com o sucesso do evento, Zanon já projeta o próximo ano, “queremos trazer, ainda mais, alternativas para a agricultura familiar. O público que veio, não veio apenas participar. Eles querem mais, tem curiosidade, querem aprender e ver o que a Emater, a UFSM tem para lhe passarem. Nós pensamos em contribuir, elevar a qualidade de vida do homem do campo, produzir mais, gastar menos. Para que o nosso amigo, na cidade, também receba um produto de melhor qualidade e preço”, ressalta o diretor.
O Dia de Campo Alternativas para a Agricultura Familiar foi uma realização da Escola E.E.F Nossa Senhora Aparecida, Prefeitura de Júlio de Castilhos, Emater/RS- Ascar, DDPA/Fepagro, PhenoGlad, Simanihot, UFSM, IFFAR, Cotrijuc, Camnpal, FETAG RS, Oráculo Meteorologia e Fluída Assessoria de Comunicação.
Texto: Lorenzo Franchi
Fotos: Patrício Contreras