Por: Equipe SimulArroz
Estradas intransitáveis no Distrito de Arroio do Só, em Santa Maria, dificultam o transporte coletivo. Foto: João Vitor Oliveira
Os altos volumes de chuva no RS nas últimas semanas tornaram ainda mais evidente um problema crônico no interior de muitos municípios do RS: as estradas. Fundamentais no escoamento de produtos agropecuários do campo para a cidade, as estradas andam muito ruins e muito além do que o agricultor precisa.
Nosso relato hoje é a situação caótica em Arroio do Só, 5° distrito de Santa Maria, onde o ônibus escolar que faz o transporte das crianças desde segunda-feira foi suspenso devido às más condições das estradas, e desde terça-feira a escola estadual de Ensino Médio Princesa Isabel está com as aulas suspensas pois 70% dos alunos vão de ônibus para a escola.
Problema crônico: mesmo antes das chuvas intensas das últimas semanas já era necessário puxar as carretas nas estradas do Distrito de Arroio do Só. Foto: Daniel Santini
Também consequência das estradas intransitáveis em Arroio do Só, o escoamento dos produtos agrícolas e pecuários foi totalmente comprometido na última semana. “O transporte de arroz, soja, gado, leite… está tudo parado” relata o estudante do Curso Superior de Tecnologia em Agronegócio da UFSM Daniel Santini. “Produtores de porongo também não conseguem tirar seu produto das lavouras”, completa. Filho de produtor de arroz e soja no Distrito de Arroio do Só, Daniel contou que mesmo quando a estrada estava seca já era necessário puxar as carretas carregadas com arroz e soja, “pois não conseguem pegar embalo para subir e acabam patinando, pois a estrada tem muitos buracos. Agora então, com as estradas desse jeito, caminhões grandes só com 1 ou mais tratores puxando para sair”, lamenta Daniel. Para estudar na UFSM, Daniel vai de ônibus, que está fazendo a rota com longos desvios, para minimizar o risco de atolar. “A solução é colocar pedras, empedrar tudo e patrolar, e depois terminar o serviço com um rolo compactador”, sugere Daniel.
O poder público municipal precisa colocar em suas prioridades o investimento em infraestrutura para escoamento de produtos Agrpecuáriosatravés das estradas no interior. O agricultor faz a sua parte, trabalhando o ano todo para que sua produtividade seja sustentável, aplicando as técnicas recomendadas pela pesquisa e extensão, e na hora de escoar sua produção enfrenta esse problema. E o problema não afeta apenas o campo, afeta em muito a cidade, pois na medida em que a produção local de alimentos tem dificuldade de chegar ao consumidor, o preço aumenta, já que produtos de fora precisam suprir a demanda da população.
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