Por: Equipe SimulArroz

Magnífico Reitor da UFSM, prof. Paulo Afonso Burmann, abriu a I Noite do SimulArroz Região Central, dia 04/09/2017 no campus da UFSM.
A I Noite do SimulArroz Região Central aconteceu no dia 04/09/2017 no auditório Flávio Miguel Scnheider, do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria. O público de 307 pessoas lotou o auditório com a presença de produtores rurais, consultores técnicos, extensionistas do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) e da Emater/RS-Ascar, pesquisadores do IRGA, professores do curso de Agronomia e do Colégio Politécnico da UFSM, e alunos de cursos técnicos, graduação e pós graduação. Entre as autoridades presentes na abertura do evento estiveram o Magnífico Reitor da UFSM prof. Paulo Afonso Burmann, o Pró-Reitor de Pós-graduação e Pesquisa da UFSM prof. Paulo Renato Schneider, a Pró-Reitora de Extensão da UFSM profa.Teresinha Heck Weiller, o Diretor do Centro de Ciências Rurais da UFSM prof. Irineu Zanella, o Coordenador do IRGA na Região Central Engenheiro Agrônomo Pedro Trevisan Hamann e a pesquisadora e Chefe da Seção de Sementes da Estação Experimental do Arroz (EEA/IRGA) Flávia Miyuki Tomita, que representou a Divisão de Pesquisa do IRGA.

Auditório Flavio Miguel Schneider, no campus da UFSM, recebeu 307 participantes na I Noite do SimulArroz Região Central, dia 04/09/2017.
Em sua fala, o prof. Burmann destacou a importância de trabalhos realizados em parceria com outras instituições como universidades, IRGA e Emater que vem balizando o trabalho da equipe SimulArroz. Destacou também que eventos como estes aproximam a sociedade e os produtores à pesquisa, e que isso precisa ser mais frequente, para que o conhecimento e a tecnologia cheguem ao usuário final o mais rápido possível. Finalizou parabenizando a iniciativa de realizar o evento.
A primeira palestra intitulada “Produção de Arroz na Ásia” foi proferida pelo pesquisador da Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), Filipe Selau Carlos. Selau relatou sua experiência recente no continente asiático, destacando como são realizadas as principiais práticas de manejo da cultura do arroz, entre elas, o plantio ser realizado na quase totalidade através do transplante de mudas e que muitas lavouras são cultivadas em patamares na encosta de montanhas. Além disso, descreveu que as principais linhas de pesquisa do Instituto Internacional do Arroz (IRRI) são desenvolver cultivares tolerantes à ambientes salinos e à submersão.

Produtores rurais de arroz de Restinga Seca, São João do Polesine e Santa Maria foram homenageados na I Noite do SimulArroz Região Central.
Na sequência o engenheiro agrônomo aluno de doutorado em Engenharia Agrícola da UFSM, integrante da Equipe SimulArroz e assistente técnico de pesquisa e desenvolvimento de produto cooperado UNICAMPO a serviço da Fundação ABC e BASF, Thiago Schmitz Marques da Rocha, apresentou o potencial e as lacunas de produtividade das lavouras de soja em terras baixas no Rio Grande do Sul. O destaque foram os principais fatores de manejo que provocam perda de produtividade nos quase 300 mil hectares de soja cultivados nos solos arrozeiros do RS, como por exemplo, drenagem, profundidade da camada compactada, plantas daninhas e época de semeadura. Thiago destacou que o atraso na época de semeadura da soja a partir do primeiro decêndio de novembro provoca uma perda de 23 kg por hectare por dia nas lavouras de soja em terras baixas no Rio Grande do Sul.
Após estas duas palestras houve uma pausa para duas homenagens a produtores de arroz. A primeira homenagem foi para os produtores. Quatro produtores receberam a homenagem em nome dos 332 produtores do RS que abriram as porteiras de sua propriedade para a equipe SimulArroz e o IRGA e permitiram que fossem feitas coletas de dados em suas lavouras de soja em terras baixas e arroz desde a safra 2013/2014: Estevão Mezzomo (de Restinga Seca), José Cera Filho (de São João do Polêsine), representado por seu filho Cleomar Ceolin Cera, e Roberto Santini e Hélvio Luiz Pillon (ambos de Santa Maria).

Produtor de arroz de Dona Francisca, Loecir José Bastiani, recebeu homenagem Lavoura Destaque por não usar fungicida para brusone na cultivar de arroz IRGA 424 RI.
A segunda homenagem foi para a Lavoura Destaque 2017, dos Irmãos Bastiani, de Dona Francisca. Loecir José Bastiani e Nole Bastiani semearam uma lavoura com a cultivar IRGA 424 RI no dia 28 de setembro de 2016 e colheram 164 sacos/ha com apenas uma aplicação de 150 kg de ureia em cobertura no seco e sem aplicar fungicida para brusone. Esta lavoura utilizou poucos insumos e produziu mais que a média da região central do RS na safra2016/17, o que representa alta eficiência de uso dos recursos e rentabilidade, que são as bases da intensificação sustentável da agricultura moderna. Que este exemplo dos irmãos Bastiani, Nole e Loecir, se espalhe pelo nosso Rio Grande. O certificado Lavoura Destaque 2017 foi entregue ao Loecir José Bastiani.
Dando sequência as apresentações, a terceira palestra proferida pela engenheira agrônoma aluna de doutorado em Engenharia Agrícola da UFSM, Giovana Ghisleni Ribas, abordou os fatores de manejo que provocam a lacuna de produtividade em arroz irrigado no Rio Grande do Sul. A integrante da equipe SimulArroz apresentou o resultado de mais de 230 lavouras de arroz irrigado, e destacou que a rotação com a cultura da soja pode trazer um aumento de 23 sacas por hectare para aquelas lavouras de arroz com produtividade acima de 9,0 toneladas por hectare (180 sacos/ha). Porém, ressaltou que esses ganhos são menores ou nulos em lavouras com produtividades inferiores a 8,0 toneladas por hectares (160 sacos/ha).

Mesa redonda com palestrantes e especialistas marcou o final da I Noite do SimulArroz Região Central, dia 04/09/2017.
A última palestra da I Noite do SimulArroz Região Central apresentou a previsão Climática para a próxima safra – 2017/2018. Neste momento que o produtor se prepara para iniciar mais uma safra, a tendência climática é uma importante informação para o planejamento das lavouras de terras altas e terras baixas no Estado do Rio Grande do Sul. A Dra. Jossana Ceolin Cera, consultora em Agrometeorologia do IRGA, destacou que a previsão é de chuvas dentro da normal nos meses de setembro e outubro, e abaixo da normal climatológica no mês de novembro. Mas, como a previsão é de neutralidade em relação ao fenômeno El Niño, a previsão de chuva para o verão ainda tem bastante incerteza.
Após as palestras ocorreu o momento em que o público presente no auditório e através da internet pôde fazer perguntas aos palestrantes e outros especialistas em uma mesa redonda. As perguntas pela internet vieram de diversos locais do Rio Grande do Sul e até dos Estados Unidos, e as que causaram maior debate foram relacionadas a plantas daninhas e aplicação de fungicidas para brusone em lavouras com a cultivar IRGA 424 RI. Por fim, o Coordenador da Equipe SimulArroz, prof. Nereu Augusto Streck, agradeceu as centenas de pessoas que prestigiaram o evento na forma presencial e pela internet, e convidou a comissão organizadora (integrantes da Equipe SimulArroz Região Central) e demais colaboradores (extensionistas e pesquisadores do IRGA e professores do Departamento de Fitotecnia da UFSM) a passarem a frente do auditório para que fossem ovacionados com uma salva de palmas.
O evento encerrou com um coquetel de confraternização, momento em que os participantes puderam interagir ainda mais com os palestrantes e os extensionistas do IRGA. O produtor de arroz de Santa Maria Roberto Santini gostou do evento e recomendou que todos produtores deveriam vir nestes eventos para se atualizarem e trocarem ideias. Os produtores Estevão Mezzomo, de Restinga Seca, e Loecir José Bastiani, de Dona Francisca, também manifestaram sua satisfação com o evento.
A equipe SimulArroz agradece os participantes pelo sucesso do evento e continuará trabalhando para trazer informações aplicadas ao produtor visando a sustentabilidade ambiental e econômica da lavoura arrozeira gaúcha. Segundo o prof. Alencar Junior Zanon, da Equipe SimulArroz Região Central, “conduziremos novos experimentos em lavouras este ano em vários locais do RS,baseado nestes dados apresentados hoje, que são problemas reais das lavouras gaúchas”. “Como o evento esta noite foi um sucesso, muito acima da nossa expectativa, na próxima edição do nosso evento queremos trazer resultados novos e por isso temos que estar alinhados com os problemas reais do produtor”, concluiu Zanon.
Quem não esteve no evento pode assistir todas as palestras na integra em http://farol.ufsm.br/videos/ver/ILYWAO/