Por: Equipe Simanihot

Equipe Simanihot apresentou o cultivo de mandioca em terras baixas dia 01/12/2017 em Itaqui, RS.
A região da Fronteira Oeste (FO) do Rio Grande do Sul (RS) é conhecida pela pecuária e pelo cultivo de arroz, pois é a maior região orizícola do estado, sendo cultivados anualmente em torno de 330 mil hectares de arroz e uma das maiores produtividade também está na FO (em torno de 8,0 toneladas/ha). Os solos arrozeiros da FO são, em geral, são caracterizados pela má drenagem (solos hidromórficos) e por isso denominados de terras baixas, ideais para o cultivo de arroz com sistema de irrigação por inundação. Estas condições dos solos arrozeiros da FO, porém, não são favoráveis ao cultivo da mandioca, uma planta que não tolera o excesso hídrico.

Cultivo de mandioca em camalhões é solução para a má drenagem dos solos de terras baixas.
Pois foi justamente o cultivo de mandioca em terras baixas na FO o tema apresentado durante um roteiro técnico sobre o cultivo de arroz e soja na última sexta-feira (01/12/2017) em Itaqui, no Campus da Universidade Federal do Pampa (Unipampa-Itaqui). Nos solos de terras baixas, o preparo do solo para o cultivo de mandioca deve ser de modo a formar camalhões (elevações) na superfície e o plantio das manivas (pedaços de ramas com 5 a 7 gemas) deve ser nestes camalhões. Esta prática permite melhorar a drenagem superficial da área e assim reduzir os efeitos negativos do excesso de água para as plantas de mandioca. A técnica foi apresentada pelos alunos de Agronomia da Unipampa-Itaqui Felipe Schmidt Dalla Porta e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Charles Patrick de Oliveira de Freitas, ambos integrantes da equipe Simanihot. Falando a um grupo de extensionistas do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) e de alunos e professores da Unipampa-Itaqui e da UFSM, os acadêmicos ressaltaram durante sua fala que a mandioca é uma planta tolerante à falta de água no solo, mas não tolera o excesso de água. Por isso, o cultivo em camalhões é uma prática de manejo fundamental para viabilizar o cultivo de mandioca em terras baixas.

Nível tecnológico baixo nas lavouras de mandioca tem grande infestação por plantas daninhas.
Outro aspecto levantado durante o evento é que a calagem (adubação com calcário) para a mandioca não visa o aumento do pH do solo, já que a mandioca tolera bem níveis baixos de pH (em torno de 5.0 a 5.5), mas principalmente a aplicação de cálcio e magnésio, similar ao que acontece com a recomendação de uso de calcário em arroz na FO. Então, será que a mandioca tem potencial de ser produzida na FO? É o que se pretende responder no estudo que está sendo conduzido na Unipampa-Itaqui, com três níveis tecnológicos: Baixo, Médio e Alto. “Estes níveis tecnológicos representam a faixa de manejo hoje utilizada por produtores de mandioca no RS”, explicaram os dois acadêmicos sob o sol forte, comum já nesta época do ano em Itaqui. O estudo faz parte de um projeto de pesquisa que a equipe Simanihot está conduzindo em quatro locais do RS durante esta safra: Itaqui, Santa Maria, Dilermando de Aguiar e Júlio de Castilhos. Estes locais representam diferentes condições de clima e solo para cultivo da mandioca no estado.
A equipe Simanihot é uma equipe multidisciplinar e multi-institicional de pesquisa e extensão na cultura da mandioca. Integram a equipe alunos e professores da Unipampa e UFSM, extensionistas da Emater/RS-Ascar e produtores de mandioca. O foco de trabalho da equipe Simanihot é buscar soluções práticas para os problemas que os produtores de mandioca enfrentam em suas lavouras. Para isso, a equipe realiza, participa e apoia eventos de extensão e realiza pesquisa com base na demanda do produtor. Acompanhe notícias, informações e a rotina da equipe Simanihor nas redes oficiais no Facebook/simanihot, Instagram (@simanihot) e Twitter (@simanihot).