Preparo antecipado na lavoura de arroz pode custar mais caro este ano


Por: Equipe SimulArroz

Rastos nas lavouras de arroz recém-colhidas aumenta o custo no preparo da área para a próxima safra

Finalizada a colheita, neste período de entressafra o produtor de arroz no RS deve ficar atento e se preparar para a próxima safra, cujo período indicado para a semeadura inicia em setembro, segundo o Zoneamento de Risco Climático para a cultura do arroz no RS. O chamado “Preparo Antecipado” visa preparar a lavoura agora para que, quando inicia o período de semeadura, o produtor está com a lavoura apta a ser semeada, aproveitando assim as primeiras janelas de semeadura, quando o potencial de produtividade é maior.

O Engenheiro Agrônomo e extensionista do 37º Nate do Irga em Agudo, Pablo Mazzuco Souza, lembra que, conforme as recomendações do Projeto 10+ do Irga, a colheita de arroz deve ser no seco para reduzir custos no preparo da área para a próxima safra. O extensionista explica que este é o ponto fundamental do manejo pós-colheita, pois permite fazer o plantio direto, que é feito onde é realizada a drenagem das lavouras e feita a dessecação da resteva que está rebrotando. Esta é a opção mais sustentável sob o ponto de vista de preparo do solo, principalmente em lavouras que fazem o monocultivo de arroz irrigado, que é comum na Região Central do Estado do Rio Grande do Sul, complementa Pablo. O preparo antecipado é muito importante para garantir a melhor época de semeadura na primavera, conclui Pablo.

Palha na lavoura de arroz após a colheita deve ser incorporada para facilitar a decomposição

Mas na Região Central do RS, este ano é comum ver nas lavouras de arroz muito rastros feitos por pneus de máquinas agrícolas (trator, colheitadeira…) e água empossada. Independentemente do sistema de cultivo adotado, é importante o manejo adequado do solo após a colheita da área. Essa operação envolve a correção de rastros deixados durante a colheita e o transporte dos grãos colhidos, a incorporação da resteva para facilitar a decomposição e a readequação da área, como o renivelamento da superfície do solo, que é umas das operações mais importantes da lavoura de arroz, pois associada à drenagem, irá viabilizar a semeadura na época preferencial de cultivo.

Segundo o extensionista do 6º Nate do Irga em Santa Maria, Eng° Agr° Gionei Alves de Assis dos Santos, nesta safra foi baixo o percentual de lavouras de arroz irrigado que conseguiram colher com solo seco e diversas lavouras necessitarão de intervenções para correção da superfície, o que aumentará os custos com o preparo antecipado, pois quanto mais rastros e imperfeições no solo tanto mais serão os cortes e plainamentos. Os primeiros 8 % da área colhida aqui na nossa jurisdição foram colhidos no seco, estava indo muito bem no início, mas as chuvas começaram e praticamente não se colheu mais nada sem fazer rastros, comentou Gionei. Como não foi possível colher a maioria das lavouras nesta condição, os produtores estão contornando o problema dos rastros e imperfeições de nível oriundos da colheita, principalmente neste momento ainda com umidade do solo, utilizando rolos faca e rodas gaiola para baixar a soca e uniformizar a superfície, completou Gionei.

Vale ressaltar que neste período de outono-inverno as chuvas são frequentes no Rio Grande do Sul e, em função da baixa temperatura, a evaporação da água nas lavouras é pequena, o que indica que o produtor deve aproveitar ao máximo as janelas de tempo bom para realizar as práticas de preparo antecipado.